quarta-feira, maio 09, 2007
Os Maccacos - Uma estréia promissora
Esses rapazes da região do ABC paulista, berço de bandas consagradas do underground, como Kães Vadius, Garotos Podres e Devotos de Nossa Senhora Aparecida, vieram num momento em que o Rock parece muito complicado, com tantos rótulos, novos gêneros, estilos e sub-estilos, fazendo um rock direto, descompromissado, simples, mas ao mesmo tempo melódico, com belos arranjos e cheio de boas referências. A principal delas é Beatles, que se faz notar nas vocalizações e nas harmonias. Aliás, os Fab Four estão presentes no DNA e na trajetória da banda. Em 2002 venceram o The Beatles Festival do Brasil e foram tocar em Liverpool, no histórico Cavern Club, templo dos beatlemaníacos. Ainda hoje eles fazem shows com o nome de “Zoombeatles”.Mas, com seu trabalho próprio, Os Maccacos demonstraram ter qualidade autoral e um futuro promissor pela frente.
Formada por Reinaldo Almeida (voz e guitarra), Rony Almeida (guitarra e voz), Hurso Ambrifi (baixo e voz), Thiao Colli (bateria e voz), a banda tem seu CD de estréia lançado por um selo independente (Thurbo Music) e mostra canções com forte apelo radiofônico, seja na empolgante “Um brinde aos rejeitados” e como também na belíssima “John e a rosa”, que chegou a tocar na rádio paulistana Brasil 2000 FM.
Mas a cereja do bolo está nas últimas faixas: Vôo Fúnebre tem aquele som de violão dedilhado no melhor estilo Black bird dos Beatles, mas com vocalizações à la Beach Boys; A última faixa “No calor da batalha” começa tranquila, bem calma e vai se encorpando aos poucos, até se tornar densa e atingir seu auge, num final apoteótico, para encerrar o CD com chave de ouro.
Pode-se notar que além das influências 60’s do rock inglês, suas canções estão revestidas de uma sonoridade mais atual, tendo como referências o Britpop do Supergrass e o Power Pop do Weezer.
Pode-se notar que além das influências 60’s do rock inglês, suas canções estão revestidas de uma sonoridade mais atual, tendo como referências o Britpop do Supergrass e o Power Pop do Weezer.
É uma pena que ouvindo o CD não se sinta a mesma energia que a banda transmite ao vivo, em seus empolgantes shows. Talvez no próximo trabalho, com uma produção mais caprichada isso seja possível. Mas o primeiro passo destes primatas rumo à evolução já foi dado.
