terça-feira, maio 13, 2008

 

Show do Lestics no Cidadão sexta


E ainda rola uma seleçãozinha musical que eu preparei especialmente para essa noite.
Apareçam!

sábado, maio 10, 2008

 

Mallu Magalhães e o universo paralelo no Myspace


Depois de tanto ler e ouvir falar da Mallu Magalhães, finalmente deixei a preguiça de lado e resolvi visitar sua página no Myspace para conhecer suas canções e poder formar a minha própria opinião sobre essa garotinha de 15 anos, que já é considerada o mais novo fenômeno do meio musical.
Logo na primeira audição das 5 faixas disponíveis, fiquei impressionado com seu trabalho e não consegui escapar dos adjetivos que todos estão usando por aí para defini-la, tais como talentosa, prodígio, meiga, promissora e por aí vai...
Difícil acreditar que ela tenha surgido em terras brazucas e que em tão pouco tempo tenha atraído toda essa atenção da mídia e de público, sendo uma artista independente, usando apenas a sutileza de sua música country/folk/indie, compostas em inglês, mas de qualidade autoral incontestável.
Mesmo sem ter uma gravadora e ainda nem ter lançado um CD, conseguiu aparecer em programas de televisão, como Jô Soares e Altas Horas e ter firmado recentemente um contrato com uma grande empresa de telefonia celular para ter sua música executada em propaganda de aparelho, é mole???
Qualquer garota de sua idade estaria tentando aprender a coreografia do “Créu” ou chorando ao ouvir essas bandinhas Emos, mas a Mallu escolheu o caminho inverso, pois deve ter crescido ouvindo Bob Dylan, Beatles, Johnny Cash e Elvis e acabou se diferenciando justamente por isso.
Ela canta com uma delicadeza ímpar, deixando transparecer muita emoção em canções como Get to denmark, J1 e tchubaruba, capaz de envolver e encantar até mesmo o mais duro dos corações de pedra.
Por todos esses motivos, ainda podemos acreditar no futuro da música, que jamais estará condenado enquanto existir pessoas que não engulam o que os meios de comunicação tentam lhes enfiar goela abaixo, com seus produtos já mastigados, de fácil deglutição, porém de procedência duvidosa.
Existe vida além das ondas do rádio e da Televisão e o Myspace é uma parte desse universo paralelo, repleto de artistas criativos, com trabalhos consistentes, de onde Mallu Magalhães despontou apenas como a ponta de um iceberg, que ainda reserva muitos outros grupos, prontos para serem descobertos e absorvidos pelo grande público.
A Internet veio para decretar o fim da TV da rádio convencional, ao menos para quem não se contenta com a fraca programação e as limitações que esses meios oferecem, e prefere escolher o quer assistir e ouvir, na hora em que bem entender.

domingo, maio 04, 2008

 

Lestics e a beleza da simplicidade


Talvez a opção pela simplicidade seja a diferença mais evidente no projeto paralelo do Les Tics em comparação aos Gianoukas Papoulas, grupo do qual Olavo Rocha (voz) e Umberto Serpieri (guitarra, violão, baixo, programações, percussão, teclado, gaita e voz) também são integrantes.
Em seu segundo álbum (virtual), entitulado simplesmente Lestics, as canções seguem o modelo do disco de estréia, 9 sonhos, com guitarras discretas e violões com forte inclinação para a música folk, sobre uma marcação de bateria sutil e econômica, mas que em contrapartida, dá um grande destaque ao vocal bem colocado de Olavo.
A beleza dos versos, escritos com uma destreza impressionante, em conjunto à melodia apurada da banda é o que mais chama a atenção em cada uma das faixas do disco.
Em ‘Tipo’ um sujeito assustador é descrito de maneira bem humorada: “olhando ninguém diz que ele tem problema sério / O machado e a cicatriz dão até uma aura de mistério”.
No refrão marcante de ‘Gênio’ há um verso repleto de ironia que diz “Você tem a alma atormentada de um gênio / Pena que te falte uma pitada de talento”.
A última palavra’ expressa todo o ressentimento de alguém que já não tem mais condições de levar uma discussão adiante e joga na cara de seu oponente “A última palavra é sua, fique com ela pra você / os argumentos acabaram, resta o meu silêncio para te convencer...Longe demais é o lugar que a gente vai pelo prazer de se arrepender” e por aí vai...
Uma das canções mais emocionantes é ‘Luz do outono’, cheia de sensibilidade e romantismo, sem jamais soar piegas, em que alguém declara que pode um dia se desfazer de tudo o que mais gosta em sua vida, mas não abre mão daquela pessoa que quer ter a seu lado por toda a eternidade.
‘Náusea’ é o momento de maior densidade do disco, com uma visão amargurada do autor, retratada em versos como “não há tratamento para a minha patologia” ou ainda “o que não me mata eu transformo em poesia”, cantada sobre uma base acústica de piano e violão. Tão encantadora quanto melancólica.
Na seqüência vem outras pérolas como ‘Inevitável’, ‘Metamorfose’, ‘Caos’ e ‘Ego’, todas igualmente inspiradas, mostrando que a genialidade pode estar presente nas coisas simples, longe de virtuosismos e complicações, assim como a vida deveria ser...

No site www.lestics.com.br os dois discos do grupo estão disponíveis para download gratuito. Ou se preferir, ouça em www.myspace.com/lestics

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