sábado, março 22, 2008

 

Rapidinhas





Como são muitos lançamentos nesse começo de ano, vou comentar superficialmente minhas primeiras impressões sobre cada um deles, mas bem supercialmente mesmo, pois ainda não os ouvi o bastante para escrever uma resenha mais aprofundada. Lá vai:


The Charlatans - You cross my paht
- Os veteranos do britpop disponibilizaram seu mais novo álbum, para ser baixado gratuitamente no site da banda. Fica claro a guinada em busca de um som mais Pop, porém com muita classe. Destaque para Oh! Vanity, miss-takes e My name is dispair, a canção mais densa do disco. Pegue tudo lá em www.xfm.co.uk e boa diversão!


The Breeders - Mountain Battles
- As Breeders voltaram, com direito a produção de Steve Albini, mas sem muita inspiração. Uma frustração para fãs que aguardavam um disco à altura dos sensacionais Pod e Last Splash. Um disco cheio de músicas arrastadas, entediantes e que chegam a dar sono. Poucas se salvam, eu destacaria apenas German Studies e Walk it off.


The Black Crowes - Warpaint
- Taí uma banda que não importa as tendências do novo rock, que eles vão continuar fazendo a mesma que coisa que sempre fizeram, um Rock'n'Roll primitivo e agora ainda mais rebuscado, indo fundo nas raízes do gênero, como o blues, o folk, o country e música Gospel. Já estão comentando que este é o "Exile on main street" do Black Crowes...Ouça Walk believer walk, Oh Josefine e o hino gospel God's got it e tire suas próprias conclusões.


The Raconteurs - Consolers of the lonely
- Sempre achei o Jack White talentoso demais para tocar numa banda com uma formação igual a do White Stripes, apenas com guitarra e uma bateria fuleira. Já com o Raconteurs, ele mostrou do que era capaz tendo Brendan Benson como parceiro nas composições e uma banda de apoio competente, formada pela cozinha do Greenhornes. A faixa título deixa claro todo o poder de fogo deles. Na sequência vem Salute your solution, um rock em alta rotação de perder o fôlego. Desde já, um sério candidato a disco do ano e com toda pinta de álbum clássico. Duvida??? Ouça e confira que não é exagero.

sexta-feira, março 14, 2008

 

The Kills pronto pras pistas


O duo The Kills, com sua formação simplista de guitarra, baixo e um groovebox, é na realidade o casal Alison “VV” Mosshart e Jamie Hince e chegam ao terceiro disco, “Midnight boom”.
Apesar de seu som minimalista ter boas referências, de Velvet Underground a PJ Harvey, eles nunca chegaram a me empolgar muito, pois sempre achei que faltava algum ingrediente essencial em sua cozinha.
Mas, com o novo trabalho, enfim conseguiram acertar a receita, dosando momentos de sensualidade, como na faixa título “U.R.A. fever”, onde uma conversa telefônica embriagada sobre uma batida quase hip hop é pontuada por uma guitarra seca e cortante, com momentos de chacoalhar o esqueleto, na eletrizante “Cheap and Cheerfull”, que marca a entrada do The Kills para as pistas de dança.
É certo que essa transição pode causar uma ruptura com os antigos fãs da banda, mas certamente irá conquistar muitos novos.
“Tape Song” carrega em seu DNA semelhanças genéticas com o Garbage, até na maneira de VV cantar, que especialmente nessa música parece emular Shirley Manson.
Outros destaques vão surgindo na seqüência do disco, como “Getting Down”, “Last day of magic” e “Hook and Line”, essa última tem tudo para agradar aos fãs do Yeah Yeah Yeahs, com Jamie Hice injetando peso em sua guitarra, enquanto VV canta suavemente, quase balbuciando em algumas partes para em seguida descarregar todo nervosismo e desespero em sua voz.
“Black Ballon” é uma é uma linda balada, quase uma canção de ninar alternativa, para dar uma desacelerada. Pena que daí em diante o disco vai perdendo a inspiração, mas consegue terminar com grandiosidade em “Goodnight bad morning”, umas daquelas músicas de extrema doçura, que parece ter sido feita por Lou Reed para a Nico cantar.
Um ótimo disco, mas que não se percebe logo nas primeira audições, vai ficando melhor gradualmente, quanto mais se ouve. Experimente, o resultado final compensa o exercício.

quarta-feira, março 05, 2008

 

Êeeeeba, Rezillos de novo no Brasil!


É duro essa vida de outsider...
Enquanto uns lamentam não terem conseguido comprar ingressos para ver o Iron Maiden pela centésima vez no Brasil, outros desembolsam a fortuna de 900 paus para ver Bob Dylan em final de carreira e outros ainda esperam ver um bom show de um Ozzy que mal consegue se manter em pé, eu tô aqui vibrando com a vinda do Rezillos.
Em 2006 quando eles fizeram um show no Hangar 110, eu não tive como ir, tava na maior dureza, não tinha mais ingressos de estudante e fui obrigado a conter minha frustração de ficar sem ver esse grupo, que tanto marcou a minha adolescência.
Se bem me lembro, meu primeiro contato com a banda ocorreu no ano de 1987,quando eu fui até a loja London Calling, na 24 de maio, da qual eu era frequentador assíduo, e encomendei uma fitinha K7 do álbum "Can't stand the Rezillos", pois naquela época ainda não existia MP3 e os discos de vinil importados custavam uma fortuna.
E aquela fitinha rodou bastante, eu tinha um fusca com um velho toca-fitas e sempre que eu saia com uma galera para as noitadas, eu botava ela para tocar e invariavelmente alguém perguntava "Nossa, que som legal, o que é isso?".
É claro que quase ninguém conseguia lembrar o nome da banda depois, a não ser o meu velho camarada Aritana, o sujeito mais Ramoníaco que eu conheço, que me pediu para fazer uma cópia da fita para ele, pois eu era um dos poucos da turma que tinha um som com duplo deck (nossa, que coisa mais arcaica)
Durante durante vários anos ele ficou contando para todo mundo tinha uma fita do Rezillos, como se aquilo fosse seu tesouro pessoal, assim como uma fita do Stiff Little Fingers, que ele também pesou bastante o ouvido da galera, que já não aguentava mais ouvir ele falar dessa banda.
Sobre o som do Rezillos, nunca houve um consenso sobre qual era o seu estilo, apesar de terem surgido na Escócia, no começo da onda Punk que eclodiu no Reino Unido em 1977, seu primeiro disco saiu apenas no ano seguinte, quando se vivia a ressaca Punk e eles não tinham o engajamento dos Pistols ou do Clash, cantavam mais sobre diversão e Ficção científica.
Houve até uma tentativa de rotularem a banda como New Wave, algo como um B 52's às avessas, com as coreografias piradas da vocalista Fay Fife e as roupas coloridas e óculos escuros que compunham o figurino da banda.
O fato é que o Rezillos gravou seu primeiro álbum em 1978, portanto faz 30 anos de seu lançamento e agora vou ter a oportunidade de ver um show deles, que vai acontecer nos dias 14 e 15 de março, em comemoração aos dois anos do CB (Clube Belfiori).

Informações: www.cbbar.com.br

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