sexta-feira, março 14, 2008

 

The Kills pronto pras pistas


O duo The Kills, com sua formação simplista de guitarra, baixo e um groovebox, é na realidade o casal Alison “VV” Mosshart e Jamie Hince e chegam ao terceiro disco, “Midnight boom”.
Apesar de seu som minimalista ter boas referências, de Velvet Underground a PJ Harvey, eles nunca chegaram a me empolgar muito, pois sempre achei que faltava algum ingrediente essencial em sua cozinha.
Mas, com o novo trabalho, enfim conseguiram acertar a receita, dosando momentos de sensualidade, como na faixa título “U.R.A. fever”, onde uma conversa telefônica embriagada sobre uma batida quase hip hop é pontuada por uma guitarra seca e cortante, com momentos de chacoalhar o esqueleto, na eletrizante “Cheap and Cheerfull”, que marca a entrada do The Kills para as pistas de dança.
É certo que essa transição pode causar uma ruptura com os antigos fãs da banda, mas certamente irá conquistar muitos novos.
“Tape Song” carrega em seu DNA semelhanças genéticas com o Garbage, até na maneira de VV cantar, que especialmente nessa música parece emular Shirley Manson.
Outros destaques vão surgindo na seqüência do disco, como “Getting Down”, “Last day of magic” e “Hook and Line”, essa última tem tudo para agradar aos fãs do Yeah Yeah Yeahs, com Jamie Hice injetando peso em sua guitarra, enquanto VV canta suavemente, quase balbuciando em algumas partes para em seguida descarregar todo nervosismo e desespero em sua voz.
“Black Ballon” é uma é uma linda balada, quase uma canção de ninar alternativa, para dar uma desacelerada. Pena que daí em diante o disco vai perdendo a inspiração, mas consegue terminar com grandiosidade em “Goodnight bad morning”, umas daquelas músicas de extrema doçura, que parece ter sido feita por Lou Reed para a Nico cantar.
Um ótimo disco, mas que não se percebe logo nas primeira audições, vai ficando melhor gradualmente, quanto mais se ouve. Experimente, o resultado final compensa o exercício.

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