terça-feira, julho 10, 2007

 

A fina ironia do Superguidis

Os rapazes do Superguidis chegam ao segundo disco, "A amarga sinfonia do Superstar", ou seja, é a hora de tirar a prova dos nove.

Se o primeiro deixou a impressão de ser uma banda com talento de criar verdadeiras pérolas no indie-rock brazuca, o segundo vem para confirmar esta condição e colocá-los no patamar de uma das bandas mais criativas da atualidade.

Para quem já conhecia e gosta da banda, o novo trabalho tem tudo para agradar. Quem ainda não conhece a onda destes quatro guris gaúchos, que destoam daquilo que se convencionou chamar de "Rock Gaúcho", vai levar um tempo para assimilar o som deles, isso por conta de soarem muito internacionais, mas cantando em português, o que pode causar algum estranhamento, mas isso é perfeitamente natural. Depois de algumas audições, tudo fica soando bem aos ouvidos em "A amarga sinfonia do superstar".

Comentaram que o disco novo estaria "mais maduro", "mais denso", porém, o que eu percebi é que a banda está com a mesma pegada e um interessantíssimo trabalho de Guitarras de Andrio Maquenzi e de Lucas Pocamacha.

As letras continuam com aquela auto-ironia debochada, marca registrada dos Superguidis, detacando-os das demais bandas nacionais. É interessante a maneira como eles compõem sobre um tema aparentemente dramático e criando versos irônicos e exagerados, de forma inteligente e nada convencional, sem deixar a canção descambar para o melodramático e sem querer ser engraçadinhos.

Ainda há influência do Pavement e do Guided by Voices (sem o Low Fi caracterísco destas bandas) diluída entre outras influências, como Sonic Youth, Weezer e Foo Fighters, mas o que prevalece é o estilo deles mesmos, nesse CD se sobressai a personalidade da banda.

Philippe Seabra (Plebe Rube) ficou encarregado da produção e conseguiu extrair sonoridades guitarrísticas raramente ouvidas por aqui.
São 11 faixas, mais um bônus (Riffs finalmente foi gravada num disco oficial da banda), onde fica difícil apontar uma ou outra que se destaque, todas são muito boas, com refrões marcantes, como "O Cheiro de óleo", "Mais do que isso", "Mais um dia de cão" e "Ainda sem nome".
Parabéns ao selo Senhor F, por mais um lançamento de qualidade.


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