sábado, agosto 25, 2007

 

Vanguart estréia em CD


O folk rock, aquele gênero que tem em Bob Dylan seu maior expoente, agora também tem seu representante brasileiro: O Vanguart.
O rótulo pode inibir alguns de se interessarem por esta banda cuiabana, caso ainda não a conheçam. Azar de quem preferir ignorá-los, pois a musicalidade que exala do som deste quinteto, formado por Hélio Flanders (violão/vocal), David Dafré (guitarra), Reginaldo Lincoln (baixo), Luiz Lazzaroto (teclados) e Douglas Godoy (bateria) está muito além de rótulos, idiomas e preconceitos musicais.
Primeiramente, porque o Vanguart poderia ter qualquer nacionalidade, da maneira como compõem, cantam e tocam. O Idioma é apenas um dos elementos que não faz muita diferença quando um grupo consegue falar a língua universal da música.
A sutileza nos arranjos, o cuidado com as harmonias e as belas composições, que variam da melancolia à mais pura diversão, tornam essa banda tão singular no cenário nacional.
Ouvir o CD de estréia deles, recém lançado com a Revista Outracoisa, é um exercício de contemplação sonora, que aos poucos nos envolve e encanta, introduzindo-nos no universo particular de Hélio Flanders, um songwriter de talento, que começou a compor em inglês, depois passou a escrever algumas músicas em português e agora apresenta a sua primeira canção em espanhol.
Seu timbre de voz ora lembra o já citado Mr. Dylan, ora Thom Yorke (Radiohead), passando por Neil Young ou ainda Gordon Gano (Violent Femmes), dependendo da canção. Tamanha versatilidade vocal não é um dom comum a muitos.
A primeira faixa, “Semáforo”, não foi escolhida ao acaso para abrir o CD, é um daqueles hits que e o público canta junto nos shows, se tornando o cartão de visitas deles.
”Hey yo silver” é um country rock que parece ter sido inspirado em Johnny Cash e poderia muito bem entrar na trilha sonora de algum Western, naquelas famosas cenas de quebra pau no saloon, onde voam cadeiras para todo lado.
Em “Cachaça” vem à tona a faceta mais melancólica da banda, algo na linha de “No surprises” ou “Fake plastic trees” do Radiohead, em que Hélio deposita toda emoção em sua voz, assim como em “Antes que eu me esqueça”, uma das canções mais intensas do disco.
“Los Chicos de ayer” apresenta o ineditismo em espanhol, onde o compositor emprega a sua latinidade adquirida por suas andanças na Bolívia, cantando como se fosse um alento às dores dos povos Latino-Americanos.
Só para concluir, este é um disco que não deve ser devorado às pressas, como se fosse um lanche de fast food, mas que é para ser saboreado lentamente, tal qual uma iguaria preparada por um renomado Chef de cozinha, apreciando-se cada detalhe da combinação refinada de seus ingredientes.
Aproveite, o CD está nas bancas, por apenas R$ 16,90.

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