terça-feira, novembro 13, 2007

 

O festival que foi um verdadeiro show




O Festival do Planeta Terra deu um verdadeiro show de organização, infra-estrutura e teve ótimas atrações, que agradaram em cheio. Ingresso a um preço bem acessível, sem aquelas filas quilométricas para entrar, pontualidade nos shows, facilidade para pegar bebidas e para usar os banheiros.

O local ajudou bastante, pois os galpões Solvay na realidade eram um parque industrial, com um amplo espaço devidamente adaptado para o evento e acabou acomodando muito bem o público, que ficou disperso pelas diversas tendas, tendo o Main Stage voltado às principais bandas, o Indie Stage para as bandas em ascensão e o DJ stage, como diz o nome, espaço reservado para os adeptos das Pickups fazerem a alegria da galera da ferveção, que curtem Psy-Techno-Electro e afins.

Quando eu cheguei estava terminando o show do Pato Fu, então fui dar uma conferida no Indie Stage, onde estava se apresentando o Tokyo Police Club, que tocava para os poucos presentes, que assim como eu, ainda chegavam ao Festival. Sem empolgar muito, mas também sem desagradar, era apenas um grupo internacional desconhecido por aqui, se apresentando para uma platéia indiferente.

Peguei umas fichas de breja e fui ver o Instituto prestar a homenagem ao grande Tim Maia, fazendo um tributo ao cultuado disco “Racional” vol. I e II.

E foi uma emoção indescritível ouvir aquelas músicas, que seguiram fielmente os arranjos originais, em um palco que reunia vários nomes conhecidos da música brasileira, como B Negão, Pupilo (batera da Nação Zumbi), Peu (Ex-guitarrista da Pitty), Hugo Hori (Karnak, Funk como Le Gusta), Negra Li, Carlos Dafé entre outros convidados.

Nesse momento histórico, o público entoava as canções clássicas, como Imunização Racional (Que beleza), Bom Senso (nessa a cantora Negra Li não conteve a emoção e derramou algumas lágrimas enquanto cantava), O caminho do Bem, You don’t know what I know, em total sintonia com os músicos do palco, fazendo a noite se tornar muito especial, em uma homenagem que faria Tim Maia se orgulhar.

Acabando o show do Instituto, era hora de voltar ao Indie Stage para ver o Datarock. Sinceramente eu não esperava muito deles, mas não é que esse duo Norueguês fez um dos shows mais animados do palco Indie? A essa altura, o Festival começava a lotar e o público já estava bem aquecido. Foi a deixa para o Datarock botar a galera para dançar, com sua new rave regada a eletrônica. Pena que consegui assistir apenas ao final do show, que se encerrou com a cover de “I’ve had the time of my life”, música da trilha sonora de Dirty Dancing, aquele filme cafona dos anos 80...Nada a ver, né? Mas fez sentido naquele contexto, galera cantando junto, em clima de descontração geral, entregue à diversão, afinal, todos ali foram para se divertir.

De volta ao Main Stage, embora contrariado, assisti um pouco do show da Lily Allen, que confesso, não me agradou muito, a não ser quando ela cantou “Gangsters”, uma cover esperta da banda Specials, clássico absoluto do Ska made “Two Tone”, mas o resto do show foi morno, quase frio.

Ao contrário do show do Cansei de Ser Sexy, que teve uma ótima receptividade do público paulistano, que adora falar mal de Lovefoxx e sua turma, mas depois dessa bem sucedida empreitada da banda no exterior, que arrebanhou fãs na Europa e nos Estados Unidos, tiveram uma boa acolhida por aqui desta vez.

Aí então veio o grande momento do Festival; O Show do Devo. Nos telões, projeções de vídeos da banda, com uma abertura que aguçou ainda mais a expectativa de quem estava lá para conferir a performance dessa banda com mais de 30 anos de carreira.

E foi simplesmente sensacional ver aqueles tiozões cinquentões, de macacões amarelos e capacete vermelhos, tocando verdadeiras pérolas da new wave, como Whip It, Peek-a-boo, Satisfaction, Mongoloid, mostrando que estão em ótima forma, com suas coreografias robotizadas, numa performance altamente pirada, em meio a um show de luzes espetacular, deixando o público em estado de transe coletivo.

Emocionante é pouco para descrever a sensação que todos sentiam naquele momento. Até houve invasão de palco, de Fernanda Takai, vocalista do Pato Fu, que aproveitou a troca de roupa dos integrantes do Devo para pegar um Macacão como lembrança desse show.

Depois disso...O que o Kasabian poderia fazer para que ninguém ficasse indeferente à sua apresentação? Tarefa dificílima...

Entraram tocando Shoot to runner, com bastante gás, emendaram Reason is Treason e vários hits do primeiro disco, como Processed Beats, L.S.F., Club Foot, pode-se dizer que fizeram um show tecnicamente perfeito, o vocalista até que se emocionou bastante com a reação da platéia, agradeceu bastante no final do show, mas depois do Devo não havia nada que eles pudessem fazer em cima do palco para superar a apresentação dos veteranos.

Era a banda certa, tocando em momento errado...

Mesmo assim, foi um grande evento, onde no final se via a alegria estampada no rosto das pessoas, que ficaram satisfeitas com a organização, com os shows e com o respeito que todos que pagaram o ingresso merecem. Que venham outros festivais do Planeta Terra!

Em tempo: Não esqueci de falar do show do Rapture, é que esse eu não consegui ver.



Comments: Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?