quarta-feira, setembro 17, 2008

 

Disco Essencial - Grand Funk – 1969 (red album)


O Grand Funk Railroad é um dos grupos que, juntamente com o Black Sabath e o Blue Cheer, formam a santíssima trindade na qual rezam as atuais bandas de Stoner Rock.
Em seu segundo álbum, lançado em dezembro de 1969, intitulado simplesmente “Grand Funk” (apelidado pelos fãs como “Red album”,) ainda com formação de power-trio, capitaneada por Mark Farner (Guitarra/voz), Mel Schacher (baixo) e Don Brewer (bateria), é justificado porque eles involuntariamente receberam essa alcunha.
Soando mais pesados do que em seu trabalho de estréia, com um baixo pulsante e cheio de distorção, guitarras cortantes e carregadas de wah-wah, bateria alternando peso e groove, o Grand Funk sintetizou bem o som de Detroit, berço de grupos revolucionários como Stooges e MC5, bem como da Soul Music, que faz o contraponto na sonoridade garageira da banda.
Para se ter uma idéia, o Grand Funk Railroad chegou a rivalizar com o Led Zeppelin, ainda no início de sua carreira. O episódio aconteceu quando eles foram escalados para abrir um show do famoso supergrupo inglês no Detroit’s Olympia Stadium. Enquanto executavam a devastadora “Inside looking out”, a platéia foi ao delírio, para o desespero de Peter Grant,o empresário do Zeppelin, que chegou ao ponto extremo de desligar a energia elétrica e interromper a apresentação.
Terry Knight, produtor dos rapazes, não deixou barato. Caminhou lentamente até o microfone e incitou os presentes, dizendo “O Led Zeppelin está com medo do Grand Funk Railroad”, provocando vaias do público, que foi embora em peso sem assistir ao show da atração principal daquela noite.
Voltando ao disco, é uma sucessão de pedradas certeiras, começando com “Got this thing on the move” que logo de cara já mostra todo o poder de fogo do trio, com rajadas potentes do mais puro hard rock garageiro, mas muito bem executado.
“Please don’t worry” alterna momentos de pura pauleira com a calmaria do R&B, numa aceleração e desaceleração de andamento constante.
A presença do blues-rock permeia grande parte do disco, como em “high faloothin’ woman” e “Mr. Limousine drivin”, devidamente aditivados pelo peso e energia característicos da banda.
A faceta black do Grand Funk dá as caras em “In Need”, uma bela amostra de como foram influenciados pela Soul Music da Motown, que inicia com o ritmo suingado da música negra tipicamente norte-americana, para aos poucos ser subvertida pela porrada roqueira dos caras.
“Inside looking out” encerra o álbum, numa catártica execução com mais de 9 minutos, despejando todo o virtuosismo e fúria do Grand Funk, o que explica muito sobre a reação do Manager do Zeppelin naquele tumultuado show. Ele imaginou o impacto que teria a colisão de uma locomotiva com um dirigível...Ainda que o dirigível fosse de chumbo, o estrago seria grande.
Confira o som desse grande disco nesse link e boa diversão!

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