quarta-feira, setembro 03, 2008

 

Disco Essencial - The Kinks Are the Village Green preservation society


The Kinks certamente é uma das bandas mais subestimadas da história do rock.
Apesar de emplacar vários singles nas paradas britânica e americana, como "You really got me" (considerada precursora do Heavy Metal), "All day and all of the night", "Lola", "Victoria", "Sunny Afternoon", apenas para citar algumas, jamais chegou a estourar como os Beatles ou os Stones.
Na realidade, a importância histórica deles está muito mais na mais na obra e no legado que eles deixaram, tendo uma infinidade de bandas que foram influenciadas ou que regravaram suas músicas.
Tinha uma musicalidade tão apurada quanto os Beach Boys, a energia visceral do The Who, lançou ótimos discos, como “Face to Face”, “Something Else by The Kinks”, “Arthur or The decline of british empire”, mas foi em “Village green preservation society”, de 1968, que o grupo atingiu o auge de sua criatividade e a excelência nas composições.
Há pelo menos 15 motivos que tornam esse álbum genial: Cada uma de suas músicas. É para ser ouvido da primeira até a última faixa, sem pular nenhuma, todas são ótimas e quando acaba dá vontade de ouvir tudo de novo.
Sem exageros, é considerado o “Sgt. Peppers” dos Kinks, não apenas por ser quase da mesma época, mas também por ser um álbum conceitual, com toques de psicodelia, presença de instrumentos e sons inusitados, uma produção cuidadosa, e principalmente por ser um trabalho altamente inspirado, o que levou a essa comparação inevitável.
Ray Davies, guitarrista, vocalista e um dos compositores mais talentosos de sua geração, criou um caleidoscópio multicolorido, mesclando crônicas do cotidiano britânico, recordações de sua infância, e várias outras referências nada óbvias para quem não for familiarizado com os costumes tipicamente ingleses.
A faixa título traz uma riqueza de arranjos e harmonias, capazes de emocionar e surpreender o mais exigente dos ouvintes, enquanto Ray exalta as referências nostálgicas do lugar onde viveu sua adolescência.
Em “Do you remember Walter?” Ray relembra um velho amigo e tenta imaginar como ele estaria vivendo atualmente.
Uma das mais empolgantes canções do disco é Picture book, um rock animadíssimo e com um riff de guitarra ensolarado, celebrando a diversão de ver um álbum de fotografias antigas da família.
Já em Last of the steam powered trains, os Kinks flertam com o blues-rock, para embarcar em uma viagem pelas Railroads da Inglaterra, num ritmo que parece acompanhar a aceleração do trem.
O folk-rock está presente em “Animal Farm”, uma ode aos prazeres da simplicidade da vida no campo.
Há tantas outras canções de Village Green que merecem destaque, mas vou me conter às minhas preferidas: “Big Sky”, “Sitting by the riverside”, “Phenomenal Cat” e “People take pictures of each other” que encerra o disco magistralmente.
Talvez a maior injustiça possa ser atribuída à falta de êxito comercial quando ele foi lançado. A baixa vendagem não o ajudou a ter a repercussão merecida, mas acredita-se que ele tenha sido soterrado por uma avalanche de ótimos lançamentos de artistas consagrados, como Jimi Hendrix, The Doors, Janis Joplin, The Who e tantos outros figurões, o que certamente contribuiu para que o álbum fosse recebido com indiferença na época.
Mas o tempo se encarregou de corrigir essa injustiça histórica e somente muitos anos após ser lançado é que o reconhecimento enfim surgiu, e a crítica especializada o colocou no mesmo patamar dos discos mais importantes do Rock, um verdadeiro baú de preciosidades.
Duvida? Então baixe tudo lá, ouça várias vezes e tire suas próprias conclusões: http://rapidshare.com/files/82072335/village_green_PRESERVATION_SOCIETY_1968.rar

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