segunda-feira, outubro 06, 2008

 

Volta triunfal do Oasis com Dig out your soul


É uma árdua tarefa para uma banda já consagrada conseguir lançar um bom álbum que agrade ao público e à crítica, depois de tantos trabalhos irregulares. Das bandas surgidas dos anos 90 para cá, poucas conseguiram a proeza de manter a integridade de seus álbuns, depois de seu terceiro ou quarto registro fonográfico.
Mas o Oasis finalmente lançou seu sétimo disco, intitulado "Dig out your soul", disponível há alguns dias no Myspace da banda (www.myspace.com/oasis), superando as expectativas de muita gente.
Vamos aos fatos: O Oasis é daquelas bandas que ou você ama ou odeia, não existe um meio termo. Também é verdade que muitos não simpatizam com a banda dos irmãos Gallagher, muito mais por causa da imagem de arrogantes que eles sustentam, do que propriamente por sua música, apesar de sempre serem acusados da falta de originalidade, de serem uma cópia barata dos Beatles e por aí vai…
Mas, convenhamos que mesmo para os fãs mais entusiasmados do Oasis, não estava nada fácil argumentar contra os seus detratores. Após seus dois primeiros elogiadíssimos discos, o grupo de Manchester caiu na mesmice, dando sinais de esgotamento criativo e pouca inspiração a cada novo trabalho lançado.
Até que em 2005 esboçaram uma reação com o “Don’t believe the truth”, trazendo-os de volta à boa forma, apesar de não causar o mesmo impacto de quando surgiram, o que é perfeitamente compreensível.
Mas agora, com o recém lançado "Dig out your soul" parece os rapazes decidiram mostrar como é que se faz um um grande disco e colocar as coisas no seu devido lugar no rock inglês, tão cheio de glórias passadas, onde já foram coroados como reis do Britpop.
Obviamente, não dá para querer comparar o novo rebento com “Definitely maybe” e muito menos com “(What’s the Story) morning Glory”, os clássicos absolutos e arrebatadores do Oasis, mas ele também não faz feio, merecendo o terceiro lugar no pódio.
Gravado no mítico estúdio Abbey Road, tem canções cheias de vigor, guitarras ásperas, sonoridade nostálgica e consistente, vocais marcantes, climas psicodélicos, e como não poderia faltar, uma baladona pop de forte apelo radiofônico, mas com uma belíssima melodia, como somente o Oasis poderia ser capaz de fazer hoje em dia, sem soar piegas.
“Bag it up” abre o disco, deixando claro as intenções da banda, de que não está para brincadeira, com o vocal seguro de Liam, cantando bem como nos velhos tempos, aliado a um instrumental sofisticado e encorpado.
“The turning” surge como uma brisa leve, que aos poucos vai ganhando força, até formar um furação guitarrístico e arrastar tudo o que se encontre pelo caminho.
Exageros à parte, “Waiting for the rapture” pode ser interpretada de duas formas: Ou como plágio descarado de “Five to one” ou como uma homenagem ao The Doors, já que a semelhança fica evidente logo na introdução da música, mas que ganha contornos próprios no decorrer de sua execução.
A faixa mais apropriada para tocar nas casas noturnas alternativas é “The Shock of the lightning”, uma das mais eletrizantes do disco, como sugere o título, daquelas para se descabelar na pista.
A balada fica por conta de “I’m outta time”, em que Liam canta com muita intensidade emocional, sem que sua voz soe chata ou chorosa, nessa canção que é uma homenagem a John Lennon, com trechos de sua última entrevista, gravada na BBC, tem tudo para se tornar o maior sucesso radiofônico do disco.
Até aqui já o Oasis já conseguiu convencer que fizeram um excelente trabalho. Mesmo assim, seguram bem a onda e não perdem o fôlego nas faixas seguintes. Seja na psicodélica “Falling down”, cantada por Noel, nas inebriantes “to be where there’s life” e “Ain’t got nothin’” ou no Hard Rock setentista de “The Nature of reality”, que ostenta um poderoso riff de guitarra.
A conclusão que se chega depois de ouvir o disco algumas vezes, é que a banda conseguiu provar que está novamente revitalizada, apesar deles deixarem claro que não estão nem aí para o que os outros vão achar e não fazerem a mínima questão de querer provar nada para ninguém.

Comments: Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?